13 setembro, 2008
Despida
Uma vez escrevi sobre a experiência de tirar vistos. Falei da burocracia, da papelada. É muita coisa para ser preparada, mas o que pensei (sentada - pelo menos - esperando minha vez) é quão vulneráveis ficamos. Somos bombardeados de perguntas que muitas vezes nem sabemos as respostas. E ficamos com medo, inseguros de nossas respostas. Será que era a resposta certa? Será que era a errada? Os atendentes ficam atrás da parede de vidro e nós ficamos respondendo através do microfone. Invariavelmente as pessoas que estão esperando ouvem tudo sobre a sua vida. Quando você casou, se é separada, divorciada, se tem empresa, por que vai viajar,... enfim... Ouvi a história de uma moça que tinha um namorado italiano que era marinheiro. Ela ia pegar um vôo para Shangai, de lá ia encontrar o namorado e tinha que provar várias coisas, se ia sair do navio, enfim... Nem ela saberia responder. O caso é que ficamos lá, contando nossas vidas, tentando provar que não vamos ficar por lá. Tem o caso também de pessoas que ficam nervosas e dão a famosa: "Você sabe quem eu sou?" ou a mais nova "Se você procurar meu nome no Google vai ver que tenho empresa, escrevi vários artigos, etc...". Essa última é típica de professores e doutores que vão para congressos. Fiquei lá pensando, ouvindo sobre a vida dos outros. Imaginando por que elas estavam lá.
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